sexta-feira, 26 de outubro de 2012

GESTÃO ESCOLAR

escolhemos postar essa matéria, pois é um grande exemplo para educadores, mostrando que o uso da tecnologia vem sendo um grande aliado na educação especial, facilitando a inclusão de crianças com deficiência, e contribuindo para  a comunicação, e aprendizado.

Inclusão plugada

Computadores e outros equipamentos apoiam o aprendizado dos alunos com deficiência

Fernanda Salla

Rafael (à dir.), seu amigo Pablo e o teclado virtual que colabora com sua comunicação(abaixo): sempre com o computador, ele expressa suas ideias
No momento em que Pablo da Silva Soares, 11 anos, conheceu Rafael Lima da Silva, 13, em 2010, os dois estavam no 4º ano da EMEF José Mariano Beck, em Porto Alegre. Rafa, como é chamado, tem limitações em grau severo em decorrência da paralisia cerebral. Ele é cadeirante, movimenta os braços com dificuldade e, naquela ocasião, se comunicava apontando desenhos e letras em uma prancha. Pablo notou os aparatos, sentou ao lado dele e simplesmente perguntou: "Como você faz para falar?" Desde então, se tornaram melhores amigos.

Pouco depois do encontro, Rafael se beneficiou de novas tecnologias que chegaram à escola para facilitar o diálogo com colegas como Pablo e com os professores. Ele passou a usar um teclado virtual. Com um mouse adaptado, seleciona as letras na tela e escreve direto no laptop, que carrega para todos os lados. O programa tem um comando que, quando acionado, reproduz em som o que está escrito no monitor. "Com isso, Rafa pode, por exemplo, perguntar suas dúvidas. O mecanismo também permite que ele ouça o que foi escrito e aprimore a ortografia", conta Magali Dias de Souza, responsável pela Sala de Integração e Recurso (SIR) da escola, que introduziu o trabalho com esse material.

"O recurso o tirou da zona de conforto e ele passou a ter condições de fazer anotações e outras atividades sozinho", complementa Luciana Chaves Kroth Tadewald, ex-professora dele, que teve a ideia de usar o laptop em sala. Em parceria com Magali, ela chegou à estratégia atual, que Rafael levou para a escola nova, onde frequenta o 5º ano.

Equipamentos como os dele compõem a tecnologia assistiva (conheça mais sobre esse tema no quadro abaixo). O termo engloba qualquer recurso - digital ou não - que vise aumentar as capacidades funcionais de pessoas com deficiência. São apoios que podem colaborar com os 58.423 alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) que, segundo o Censo Escolar 2011, estão em salas regulares no país.
Olhar cuidadosoDiversidade é grande e professor pode buscar a ferramenta ideal até nos computadores regulares

A tecnologia asssistiva tem recebido atenção no Brasil. O governo federal promete investir 150 milhões de reais até 2014 em projetos na área. Em julho, foi inaugurado o Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA), em Campinas, a 96 quilômetros de São Paulo, voltado para o desenvolvimento de equipamentos. E o Ministério da Educação (MEC) já montou 37.801 salas de recursos multifuncionais em escolas públicas.

"Há diversas tecnologias que colaboram com os alunos com NEE, mas não existe um tipo de aparelho predefinido por deficiência", alerta Rodrigo Mendes, presidente do instituto que leva seu nome. Há, por exemplo, crianças com deficiência intelectual que se beneficiam de leitores de voz, muito usados por pessoas cegas.

Parece complicado, mas a solução pode estar bem na tela à sua frente. Em qualquer computador, é possível encontrar softwares com comandos de acessibilidade, como o teclado virtual e a lente de aumento. E uma ferramenta simples como um site de histórias em quadrinhos pode colaborar para aperfeiçoar a leitura e a escrita de estudantes surdos, por exemplo.

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